A justiça foi feita. Aos 85 anos, Wlamir Marques, o Diabo Loiro, foi induzido ao Hall da Fama em cerimônia realizada nesta quarta, 23, em Manila, nas Filipinas, pela Federação Internacional de Basquete. Devido à orientação médica, Wlamir não esteve no evento e acompanhou do Brasil, enviando um vídeo. Ele foi representado pela Confederação Brasileira de Basketball através do secretário geral Carlos Fontenelle e o presidente da Federação Catarinense, Fábio Deschamps.
A indicação veio após anos de luta da Confederação Brasileira de Basketball junto da ESPN Brasil, por meio do presidente Guy Peixoto Jr, junto à FIBA, no que é uma reparação histórica junto ao ídolo mundial. A ESPN, através dos jornalistas Marcelo Gomes e Ricardo Zanei, que criaram uma espécie de Dossiê com a comprovação de todos os feitos de Wlamir e o enviaram para a CBB.
Wlamir foi campeão mundial no Chile, em 1959, e bicampeão mundial em 1963, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. A homenagem vem no ano em que a conquista completa 60 anos.
Desde 2019, a atual diretoria da CBB, nos Boards da FIBA, na Suíça, além de reuniões presenciais, vinha solicitando a indução de Wlamir ao Hall da Fama da entidade. Neste ano, a pedida teve o aval da entidade maior do basquete mundial. Wlamir falou sobre a felicidade de ter seu nome eternizado entre os maiores da modalidade, o que na verdade ele já era.
– Eu agradeço demais à CBB. É quase uma comemoração póstuma da FIBA. Estão fazendo 50 anos que parei de jogar. Mas fiquei muito emocionado. Me ligaram da Suíça na última semana. É uma emoção que me faltava. Tenho o Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil, fora as outras homenagens. E essa é muito importante. O tempo vai passando e vão esquecendo. Voltaram para trás, por que já estão premiando a partir de 2000. O presidente Guy Peixoto foi uma pessoa muito importante. O Marcelo Sousa. Antes mesmo deles assumirem à gestão. O esforço que eles fizeram foi sobrehumano. Já consideravam que eu não tinha direito pelo tempo passado. O Brito Cunha já tinha sugerido, o Grego. Não levaram para frente. Mas já algum tempo que reinvindicaram por mim – disse Wlamir Marques.
Presidente da CBB, Guy Peixoto Jr falou sobre a homenagem ao ídolo e mestre Wlamir Marques.
– Wlamir foi um gênio nas quadras, é um cara que merecia demais essa homenagem. E foi uma promessa de honra que fizemos para ele, dessa gestão, que nós não iríamos sossegar enquanto o Wlamir não fosse induzido ao Hall da Fama da FIBA. Desde 2019, reunimos todas as documentações, fizemos inúmeras solicitações para a FIBA e conseguimos desde vez que ele esteja na turma de 2023, que será homenageada em Manila, nas Filipinas, durante a Copa do Mundo. Wlamir é um mestre e estamos todos muito felizes com esse reconhecimento – disse Guy Peixoto Jr.
Wlamir nasceu em São Vicente, São Paulo, é Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil e foi premiado com o Cruz do Mérito Esportivo (1953), Troféu Heims de Melhor Atleta da América do Sul (1961) e a Medalha do Mérito Esportivo. A edição brasileira da Revista ESPN apontou Wlamir Marques como 9º maior atleta brasileiro de todos os tempos, em uma lista de 50 nomes publicada em novembro de 2010.
Como atleta, foi medalha de bronze nas Olimpíadas de Roma 1960 e Tóquio 1964, além de três vezes campeão da Taça Brasil, sete vezes campeão paulista, sete vezes campeão do Paulistano da capital. Na Seleção Brasileira, ainda foi tetracampeão sul-americano.
Atualização: foi acrescentada à matéria a informação sobre a participação da ESPN na busca pelo Hall da Fama ao ídolo Wlamir Marques.
Fonte: Assessoria CBB